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História do Chile se confunde com a da exploração do cobre no país

A produção de cobre no Chile é tão antiga quanto a própria república. Em 1810, ano da independência do país, a produção anual de cobre foi de 19 mil toneladas. Em 1955, 145 anos depois, o Chile passou a ser reconhecido como um dos maiores produtores mundiais do metal, ao alcançar o patamar das 444 mil toneladas. Este aumento na produção se deveu a uma série de fatores. O principal foi a formação de vários consórcios internacionais, no início do século passado, para exploração em larga escala do cobre chileno.

Entre estes consórcios, se destacavam a Chile Exploration Company (formada pela família Guggenheim, de Nova York), a Anaconda Copper Company (que era dona da Andes Copper Mining Company), a Braden Copper Company (criada pelo engenheiro norte-americano William Braden) e a Kennecott Corporation (de capital norte-americano).

Estas empresas exploravam livremente o cobre chileno e o governo não tinha quase nenhum controle sobre a produção. Isto significa dizer que o país praticamente não usufruía da riqueza mineral que possuía.

Este quadro começou a mudar a partir de 1951, quando o governo chileno assinou um acordo em Washington, EUA, no qual passava a ter direito sobre 20% da produção de cobre destas empresas, para comercializar da maneira que achasse mais apropriada.

No ano de 1955, o senado chileno aprovou uma série de leis que aumentavam a tributação sobre a produção de cobre. O objetivo era garantir um rendimento mínimo para o tesouro chileno decorrente da atividade mineradora. Ainda neste ano, o governo federal criava o Departamento do Cobre, a primeira instituição estatal com a função de supervisionar a produção e a comercialização e de participar das decisões do mercado internacional do cobre. O Departamento teve uma função bastante importante no setor mineral do Chile durante mais de uma década.

Outro ano marcante para a produção de cobre do país foi o de 1966. Neste ano, o congresso aprovou uma lei que criava “Companhias Mistas” para exploração do cobre. A denominação mista era decorrente da sua composição acionária: uma parte era estatal e a outra pertencia ao capital privado internacional. O Estado chileno se tornava dono de 51% dos depósitos que estavam anteriormente nas mãos das empresas estrangeiras. O Chile queria poder decidir com total independência o que, quanto e como produzir e quanto e para quem vender. O governo tomava, definitivamente, as rédeas sobre a riqueza mineral do país. Nascia aí a Codelco, uma holding de empresas mistas formadas pelo governo chileno e por companhias internacionais.

O mundo vivia a época da guerra-fria e em 1971, o Chile era governado por um presidente socialista democraticamente eleito, Salvador Allende. Foi neste ano que Allende, em nome dos “interesses da Nação e da soberania do Estado e valendo-se do inalienável direito de dispor de seus recursos naturais em benefício próprio”, nacionalizou e estatizou as companhias mistas. Todos os bens das empresas estrangeiras passavam a pertencer ao estado chileno, numa decisão aprovada por unanimidade pelo congresso chileno.

O nome e estrutura atual da Codelco – Corporación Nacional del Cobre de Chile – surgiu em 1976, num decreto do então ditador Augusto Pinochet, que havia deposto o presidente Allende 3 anos antes. A Codelco passava a atuar na mineração, produção industrial e na comercialização do cobre chileno.

Em 1992, a Codelco começou a se abrir para parceiras com outras empresas. Isto ocorreu em consequência da lei de associações com terceiros, mudando o status da empresa e permitindo a criação de joint venture para exploração de novos depósitos minerais.

Fonte: Infomet
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Publicação: 18/07/2001

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