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Mecânica, Metalurgia & Materiais

Peugeot-Citroën cresce no mundo

Crescendo mais do que a média do setor no mundo, o grupo PSA Peugeot-Citroën bate ano a ano seus próprios recordes. Em 1999, vendeu 2,5 milhões de carros no mundo. Em 2000, a expectativa é de 2,7 milhões. Mas, terminado o primeiro semestre, as vendas já chegaram a 1,48 milhão - de acordo com balanço divulgado em Paris, onde fica a sede do grupo.

- Os números do primeiro semestre são animadores. Se continuarmos nesse ritmo, podemos chegar perto da marca dos 3 milhões de carros vendidos no fim do ano, o que seria maravilhoso - comenta Rodrigo Junqueira, diretor de Relações Corporativas do grupo no Brasil.

O faturamento também cresceu. No primeiro semestre deste ano, o grupo conseguiu acumular US$ 20,79 bilhões, ou seja: 18,2% a mais que no mesmo período em 1999.

Conhecido por sua força na Europa ocidental, o grupo de origem francesa almeja avançar para o resto do mundo. "O objetivo é internacionalizar nossa atuação", disse Junqueira.

Os números do balanço semestral indicam que o grupo está no caminho certo. As vendas fora da Europa ocidental cresceram 40,3%. No primeiro semestre de 1999, foram 164.100 veículos. De janeiro a junho de 2000, foram 230.200. E o objetivo é alcançar a marca dos 700 mil em 2003. Ao todo, o grupo está presente em 140 países, com fábricas em 19 deles.

As vendas na região da Turquia e Europa Central foram as que mais cresceram, de acordo com o balanço: 50%. China e Irã também são mercados estratégicos para a empresa. "Hoje, as vendas para fora da União Européia representam 16% do total. Queremos chegar a 25% nos próximos anos", disse Junqueira.

Há forte interesse por parte do grupo em se firmar nos países membros do Mercosul. No Uruguai, a montadora do grupo - chamada Oferol - produz os modelos Xsara e Peugeot 306 Break.

O mercado mais lucrativo para o grupo no Mercosul, no entanto, é a Argentina. Lá, foram vendidos 43.800 veículos das duas marcas em 1999: quase o dobro do total vendido no Brasil no mesmo ano (24 mil). Desde janeiro de 2000, o grupo detém 100% do capital da empresa Peugeot Citröen Argentina.

Modelos

A montadora da empresa na cidade argentina de Palomar tem capacidade de produção de 130 mil veículos por ano. Atualmente, a fábrica argentina monta quatro modelos - Peugeot 306, Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Peugeot 206 - e exporta para vários países. No Brasil, os modelos do grupo mais vendidos foram o Peugeot 206 e Xsara Citröen, importados, principalmente, da Argentina e Uruguai, respectivamente.

- O Peugeot 206 é o carro mais vendido entre os importados de todas as marcas - orgulha-se Junqueira. Este ano, o grupo já vendeu 13.562 veículos no País. A meta é chegar a 31.500, quase 30% a mais que em 1999. Mesmo não tendo chegado à metade deste valor em julho, Junqueira ainda acredita ser possível alcançar o objetivo em dezembro.

No entanto, em breve, os brasileiros não precisarão mais importar o Peugeot 206. Em janeiro de 2001, o grupo irá inaugurar sua primeira fábrica no País, localizada numa área de 300 hectares, na cidade de Porto Real, a 160 quilômetros do Rio de Janeiro.

Foram gastos US$ 600 milhões no projeto da fábrica. Metade deste valor foi financiado pelo BNDES. A outra metade foi bancada pela Peugeot Citröen do Brasil, cujas ações estão divididas entre a Automobile Peugeot (34%), a Automobilie Citroën (34%) e o Governo estadual do Rio de Janeiro (32%).

Produção

Em seu primeiro ano de funcionamento, a fábrica de Porto Real deverá produzir 25 mil carros. A previsão é chegar a 45 mil em 2002 e 70 mil, em 2003. Até esta marca, serão necessários apenas dois turnos de trabalho. Para chegar à capacidade máxima de 100 mil veículos por ano, teria que ser adotado um terceiro turno.

Inicialmente, será montado o modelo Xsara Picasso, depois, o Peugeot 206. A produção abastecerá principalmente o mercado brasileiro, mas um pequeno percentual será destinado ao Mercosul.

A fábrica em si será composta por três oficinas: a de chaparia, a de pintura e a de montagem. Juntas, elas ocupam 2/3 da área total. Os outros 100 hectares serão ocupados por empresas fornecedoras de autopeças, que se instalarão ao redor da montadora e formarão o chamado Tecnopolo.

- Para atrair os forncedores, a Peugeot-Citröen do Brasil não está exigindo contratos de exclusividade - explica Junqueira.

Cinco empresas já assinaram contrato para fazer parte do Tecnopolo: Faurecia (assentos); Vallourec (eixos dianteiros e traseiros, montagem de pneus e rodas); Magnetto-Eurostamp (operações de estamparia de chapa); Copo-Fehrer (espumas); Gefco (logística). De início, o índice de nacionalização dos carros fabricados em Porto Real será de 50%. A outra metade das peças será importada. Pretende-se, no entanto, chegar a um índice de 75% em 2003.

Um grupo, duas marcas

A Peugeot existe na França desde o fim do século passado, enquanto a Citroën foi fundada na década de 30. Nos anos 70, houve a fusão e foi formado o grupo PSA Peugeot-Citröen. As marcas, porém, foram mantidas separadas. Hoje, o grupo é o segundo mais importante do setor automobilístico europeu e detém 13,4% do mercado da União Européia.

- As vantagens de se ter duas marcas é que economiza-se em pesquisa e em compra de matéria-prima - explica Rodrigo Junqueira, diretor de Relações Corporativas do grupo no Brasil.

A Peugeot, entretanto, lidera as vendas. Neste primeiro semestre de 2000, a marca vendeu 854.000 unidades, contra 594.100 da Citroen, em todo mundo. No Brasil, há em torno de 90 concessionárias Peugeot e 30, Citroën.

Além da montagem de carros, o grupo também tem outros negócios que, no primeiro semestre deste ano, responderam por pouco menos que 15% do faturamento total. Entre estes negócios, estão um fabricante de equipamentos automobilísticos, a Faurecia; uma empresa de transportes e logística, a Gefco; e sociedades de financiamento de veículos gerenciadas pelo Banco PSA France, já com filial no Brasil desde fevereiro de 2000.

Fonte: Jornal do Commercio
Seção: Mecânica, Metalurgia & Materiais
Publicação: 14/08/2000

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