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Rio Tinto investe US$ 650 milhões

Vera Saavedra Durão Do Rio

A Rio Tinto, companhia anglo-australiana de mineração e segunda maior mineradora de minério de ferro do mundo, decidiu focar seus investimentos no Brasil na expansão de sua mina em Mato Grosso, operada pela Mineração Corumbaense Reunida (MCR). Outro projeto de destaque é o desenvolvimento do pólo mínero-siderúrgico de Corumbá, em sociedade com a siderúrgica argentina Techint, para produção de 1 milhão de toneladas de ferro esponja e de aço.

O investimento total do novo pólo será de US$ 650 milhões, disse Robert Graham, presidente da Rio Tinto Brasil. O executivo destacou que o empreendimento está dentro da estratégia internacional da companhia, que é desenvolver grandes projetos na área de minerais e de metais a baixo custo. Além do desenvolvimento de Corumbá, a empresa está trabalhando em pesquisa mineral de bauxita e diamantes em alguns estados brasileiros. Em 33 anos, a Rio Tinto investiu cerca de US$ 500 milhões no país, sendo US$ 100 milhões em minério de ferro.

No plano mundial, a mineradora está se desfazendo dos ativos que considera fora de seu foco de negócios, como o ouro, e por isso acaba de colocar à venda sua mina de Paracatu (MG), primeiro empreendimento da multinacional no país, implantado no final dos anos 80. A mina é tocada pela Rio Paracatu Mineração (RPM), onde a Rio Tinto detém 51% do capital e a canadense Kinross os restantes 49%. O banco Rotschild foi contratado para assessorar a companhia nesse processo.

A mina de Paracatu será o segundo desinvestimento da Rio Tinto no Brasil. No ano passado, a mineradora vendeu a Mineração Serra da Fortaleza, produtora de níquel, localizada no município de Fortaleza de Minas, no Sudoeste de Minas Gerais. A mina foi adquirida pelo Grupo Votorantim.

Atualmente, o pólo de Corumbá é o grande negócio que está mobilizando a Rio Tinto Brasil, como contou Eduardo Rodrigues Filho, diretor comercial da subsidiária da multinacional. Segundo ele, o empreendimento vai envolver a construção de uma pelotizadora com produção prevista de 750 mil toneladas a 1 milhão de toneladas de pelotas, uma planta de redução direta para produzir ferro esponja, uma aciaria e uma termoelétrica a gás.

A Rio Tinto Brasil vai ampliar de 1 milhão de toneladas para 10 a 15 milhões de toneladas sua produção de minério de ferro na mina de Corumbá, encaminhando uma parte para diversificar suas exportações, hoje restritas ao mercado argentino, e destinando outra parcela de minério para abastecer a planta de pelotização e de redução direta que vai produzir ferro esponja. 'Está sendo desenvolvida uma tecnologia de produção de ferro-esponja com o uso predominante do minério de ferro granulado e um mínimo de pelotas, que vai minimizar o custo de produção do projeto', adiantou Rodrigues Filho.

Ele contou que a companhia está se reunindo com a Petrobras e com o governo boliviano para tratar do fornecimento do gás para o pólo a preço competitivo. O gás natural entrará como insumo em todas as plantas e como gerador de energia para a aciaria elétrica que vai produzir inicialmente 1 milhão de toneladas/ano de aço. 'O preço da energia é vital para o projeto', destacou o executivo.

O estudo de viabilidade do projeto do pólo mínero-siderúrgico deve estar pronto até o final do ano, pois a Rio Tinto e a Techint querem definir o local de instalação das plantas até o primeiro trimestre de 2005.

Com um lucro total no primeiro semestre de US$ 1,4 bilhão, incluindo aí US$ 400 milhões de vendas de ativos, o grupo anglo-australiano, cujo valor de mercado é de cerca de US$ 35 bilhões, vai aplicar mundialmente US$ 1,2 bilhão em diversos projetos de expansão de minério de ferro, cobre, coque e alumina e em logística, para acompanhar a demanda mundial desses produtos.

Até 2005, a empresa espera somar mais 27 milhões de toneladas de minério de ferro a produção total. Este ano, a Rio Tinto deve produzir cerca de 110 milhões de toneladas de minério de ferro, ante as 101 milhões no ano passado. A multinacional acabou de fechar um acordo com siderúrgicas chinesas para fornecimento de 40 milhões de toneladas de minério de ferro, além dos acertados com a Shangai Baosteel e a japonesa Nippon Steel.

Em outros metais, a mineradora investe no cobre, principalmente na ampliação da produção da mina de Escondida, no Chile, onde detém 30% e é sócia da BHP Billiton. No carvão-coque está ampliando de 5,5 milhões para 8 milhões de toneladas a produção da mina de Hail Creek. E, na cadeia de alumínio, está investindo US$ 750 milhões em nova refinaria de alumina, na Austrália, com produção de 1,4 milhão de toneladas.

Fonte: Carplace
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Publicação: 02/09/2004

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