Atenção
FecharPesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um material alternativo para substituir o amianto, produto que pode causar doenças, na fabricação de telhas e caixas d’água. O novo composto, que atende pelo nome técnico de fibrocimento vegetal, é feito de uma mistura de cimento, resíduos siderúrgicos (escória) e fibras vegetais (de bananeira, sisal, coco, eucalipto ou outras plantas) e sintéticas. A USP está solicitando o patenteamento do produto e dos processos de fabricação.
O projeto de desenvolvimento do fibrocimento vegetal foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Também contou com a cooperação de empresas, que já estão produzindo comercialmente caixas d’água com o novo produto. É o caso da Infibra e da Permatex, duas empresas de um mesmo grupo empresarial de Leme. ‘‘Fabricamos 7 mil caixas d’água de fibrocimento vegetal por mês’’, diz Luiz Fernando Marchi Júnior, diretor industrial das duas. ‘‘Em abril, vamos começar a produzir telhas com o mesmo material.’’
Antes de depositar a patente – que ainda não tem data para ser aprovada – no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e iniciar a produção comercial, a equipe liderada pelo engenheiro civil Holmer Savastano Júnior, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, em Pirassununga, submeteu as telhas de fibrocimento vegetal a diversos testes para comprovar sua eficiência. Foram feitos, por exemplo, testes mecânicos de tração e testes físicos de permeabilidade, densidade e absorção de água.
Os ensaios revelaram as vantagens dessas telhas em relação às de amianto. Uma delas é a maior capacidade de isolamento térmico. Segundo Savastano, foi constatado que a temperatura ficou 6º C mais baixa embaixo de uma cobertura de 160 metros quadrados feita com telhas de fibrocimento vegetal do que de outra feita com telhas de amianto.
Fonte: Jornal do Commercio
Seção: Mecânica, Metalurgia & Materiais
Publicação: 29/03/2004