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Do exposto anteriormente, verifica-se que a tendência atual na produção de peças cementadas é a utilização de aços-liga. A introdução de elementos de liga, entretanto, quando em teores apreciáveis, reflete-se no custo dos aços, além de afetar, tornando mais difíceis, as operações de fundição, forjamento, laminação e tratamentos térmicos. Por esse motivo, procura-se utilizar, sempre que possível, para aplicações mais simples, aços-carbono ou, quando necessário, aços de baixo teor em liga com carbono mais elevado do que nos aços simplesmente ao carbono. Em certos casos, contudo, devido às secções e formas das peças cementadas, pode-se ter necessidade de um aço de alta temperabilidade. Nesse caso, a solução é introduzir elementos de liga em teores mais elevados para garantir o endurecimento máximo.
Os aços para cementação são, portanto, de três tipos:
- aços-carbono;
- aços-liga de baixo teor em liga;
- aços-liga de teor em liga mais elevado.
– Aços-carbono para cementação
O teor normal de carbono nesses aços é 0,08% a 0,25%, os outros elementos aparecendo nas porcentagens usuais. O tipo padrão é o SAE 1020, empregando-se também a variação com manganês mais alto (0,70% a 1,00%) por apresentar melhor usinabilidade, capacidade de carbonetar e endurecer com menor tendência à formação de pontos moles, em relação ao primeiro. O seu tratamento térmico é fácil e perfeitamente controlável.
Apesar de não apresentarem uma resistência e uma tenacidade tão boa como a dos aços-liga, esses aços convenientemente cementados, temperados e revenidos, são capazes de adquirir um núcleo suficientemente tenaz cuja resistência pode chegar a 70 kgf/mm2 (690 MPa), combinado a uma superfície carbonetada de grande dureza, o que os torna indicados a uma grande variedade de aplicações, em que o principal requisito é a superfície dura e resistente ao desgaste.
Exemplos típicos são: pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixo de comando de válvulas, fusos, roletes, pequenos mecanismos, enfim, peças que não estão sujeitas a solicitações severas de outra natureza a não ser desgaste superficial.
- Aços-liga de baixo teor em liga
Esses aços-liga são os que contêm um total de 1% a 2% de elementos de liga, como níquel, cromo, molibdênio e manganês, em combinações adequadas. A introdução desses elementos confere suficiente temperabilidade de modo a se obter dureza elevada por têmpera em óleo, além de alta resistência à tração (superior a 100 kgf/mm2 ou 980 MPa) com apreciável ductilidade do núcleo, aumentando-se o teor de carbono até 0,40%. A Tabela 66 mostra algumas composições típicas.
Tabela 66 – Aços-liga de baixo teor em liga para cementação
SAE |
C |
Mn |
P |
S |
Si |
Ni |
Cr |
Mo |
8115 |
0,13/0,18 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,20/0,40 |
0,30/0,50 |
0,08/0,15 |
8615 |
0,13/0,18 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,60 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8617 |
0,15/0,20 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8620 |
0,18/0,23 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8622 |
0,20/0,25 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8625 |
0,23/0,28 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8627 |
0,25/0,30 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,15/0,25 |
8720 |
0,18/0,23 |
0,70/0,90 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,20/0,30 |
8822 |
0,20/0,25 |
0,75/1,00 |
0,035 |
0,040 |
0,20/0,35 |
0,40/0,70 |
0,40/0,60 |
0,30/0,40 |
94B15* |
0,13/0,18 |