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Aços & Ligas | Aços e Ferros Fundidos | Aços para Produtos Planos

05 - Defeitos das chapas de aço

Os mais comumente encontrados ocorrem na superfície do aço, representados por marcas superficiais pronunciadas, ou rugosidades superficiais acentuadas, etc., originadas quando o aço se apresenta excessivamente mole. Em outras palavras, a dureza muito baixa, embora favorável sob o ponto de vista de conformação severa, traz os inconvenientes apontados.

Esses defeitos são geralmente conhecidos com os nomes, entre outros, de “linhas de Lüder”, “casca de laranja”, etc.

As “linhas de Lüder”, defeitos designados também pelo nome de “linhas de distensão” têm a forma de tiras alongadas que aparecem sobre a superfície do aço de baixo carbono que sofreu um recozimento como etapa final de sua fabricação. Essas linhas se originam toda vez que o aço for deformado a uma carga imediatamente superior ao limite de escoamento, desaparecendo quando a carga de deformação excede a 5% a 10% esse valor. Em tensão, as linhas apresentam-se como depressões na superfície; em compressão elas apresentam-se salientes.

As “linhas de Lüder” não são prejudiciais no que diz respeito à resistência do aço; entretanto, produzem um mau aspecto nas chapas deformadas por estampagem profunda, aspecto que se mostra claramente também através da pintura.

Essas linhas podem ser eliminadas por uma operação de ligeira laminação a frio, de cerca de 0,5% a 1,5%, depois do recozimento final. Essa eliminação é permanente em aços acalmados; entretanto, nos aços efervescentes, eventualmente as linhas de Lüder podem reaparecer após uma semana ou menos, dependendo da porcentagem de laminação a frio posterior, da temperatura, da porcentagem de deformação durante a estampagem e outras variáveis.

O defeito “casca de laranja” é atribuído ao tamanho grão grosseiro do aço, o qual, ao ser submetido à estampagem profunda mostrará uma superfície grosseira e rugosa, aparência essa que é indicada com aquela expressão. Para melhorar a aparência da peça acabada pode-se limá-la ou poli-la.

Recomenda-se, para as chapas destinadas a estampagem profunda, um tamanho de grão uniforme e intermediário (ASTM 5 a 8), porque, se de um lado a granulação grosseira pode provocar o defeito mencionado, de outro lado, um tamanho de grão muito pequeno poderá resultar em valores de limite de escoamento, limite de resistência à tração e dureza mais elevados do que o desejável, e conseqüentemente alongamento insuficiente.

Finalmente, um último defeito que eventualmente pode ocorrer nas chapas é variação na espessura, o que pode causar transtornos na estampagem, não só prejudicando a uniformidade de um lote de peças, produzidas com a mesma matriz de estampagem, como também a própria ferramenta de estampagem.
 

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