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Aços & Ligas | Aços e Ferros Fundidos | Aços Resistentes à Corrosão

02 - Princípios de proteção à corrosão

Geralmente a proteção contra a corrosão é feita criando-se sobre a superfície do metal uma película protetora que separa o metal-base do meio corrosivo. Essa película protetora pode ser criada artificialmente, mediante depósito propositado de uma outra substância – metálica ou orgânica – sobre a superfície do metal a proteger, ou naturalmente, isto é, pela produção espontânea da película superficial, através da formação de um composto químico, mantido sobre a superfície metálica por forças atômicas, como se mencionou, composto esse que resulta da reação de certos elementos de liga introduzidos no metal com o meio circunvizinho.

Chama-se “passividade” a propriedade típica de certos metais e ligas metálicas de permanecerem inalterados no meio circunvizinho.

A origem da passividade desses metais é ainda hoje objeto de discussão. A teoria original e ainda aceita por muitos é justamente a que liga a inalterabilidade adquirida pelo material sujeito à ação do meio corrosivo à formação de uma “camada ou película de óxido”, no momento que o mesmo for exposto àquele meio.

Além do mecanismo da formação de uma película de óxido para explicar a resistência à corrosão, outros dois mecanismos têm sido propostos:

- absorção de gás oxigênio por átomos de cromo na camada superficial dos aços contendo esse elemento de liga (que como se verá é o mais importante nos aços resistentes à corrosão);

- criação de uma distribuição favorável de elétrons entre o ferro e o cromo, auxiliada pela absorção do oxigênio e prejudicada por hidrogênio.

O primeiro mecanismo – formação da película de óxido – ainda é o mais aceito.

De qualquer modo, a presença da película superficial de cromo – de espessura inferior a dois centésimos de mícron – é indispensável para conferir resistência à corrosão. A concentração de cromo nesta película é maior que a do metal e tanto a espessura da película como o seu teor em cromo aumentam à medida que se melhora o polimento superficial.

Conclui-se, como, aliás, se observa na prática, que quanto melhor o polimento superficial, tanto melhor será a resistência à corrosão dos aços.

O ferro ou o aço-carbono não se caracterizam normalmente por serem “passivos”, entretanto, a condição de passividade pode ser-lhes conferida, em grau maior ou menor, pela introdução de elementos de liga.

Poder-se-ia esperar que os elementos nobre como ouro, prata e platina, seriam de grande utilidade nesse sentido, quando ligados ao ferro. Até o momento, entretanto, esses elementos não apresentaram boas possibilidades práticas.

Os mais importantes metais no sentido de ligar-se ao ferro em condições econômicas para formar as películas protetoras discutidas acima são, na realidade, relativamente poucos e incluem o cromo, o níquel e, em menor graus, o cobre, o silício, o molibdênio e o alumínio.

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