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Metalurgia & Materiais

Verolme está de volta após dez anos

As parcerias fechadas pelos estaleiros brasileiros com grupos estrangeiros já estão gerando novos negócios para o setor. O estaleiro Verolme, de Angra dos Reis, arrendado pelo consórcio Pen Setal/Keppel Fels, acaba de fechar seu primeiro contrato depois de quase dez anos de inatividade.

Segundo Augusto Mendonça, vice-presidente do Grupo Pen Setal, o contrato, no valor de US$ 200 mil, é para reparo do navio Ocean Clipper, uma plataforma de perfuração (sonda) da empresa Diamond Off Shore. A obra está mobilizando 40 empregados, contratados no município.

'Esse é um contrato importante para nós, pois é o primeiro a ser fechado depois que assumimos a gestão do Verolme', afirmou Mendonça. Ele adiantou que as instalações do estaleiro já estão preparadas para realização de obras maiores.

Segundo o executivo, a principal encomenda buscada pelo estaleiro agora é a construção das plataformas de perfuração do projeto de desenvolvimento da produção de petróleo dos campos de Barracuda e Caratinga, da Petrobras. A obra será contratada nas próximas semanas pela empresa norte-americana Brown & Root, do grupo Halliburton, que é a gerenciadora da execução do projeto.

O contrato, avaliado em cerca de US$ 1 bilhão - incluindo a conversão de navios petroleiros em plataformas de perfuração e construção das plantas de processamento (top side) instaladas no casco convertido -, é disputado pelos estaleiros nacionais e estrangeiros.

No Brasil, o principal concorrente do Verolme é o estaleiro Mauá, que se associou ao estaleiro Jurong, de Cingapura, mesma origem do grupo Keppel Fels. Segundo o presidente do Mauá Jurong, Omar Peres, o estaleiro vai disputar as obras de conversão dos navios, mas seu maior interesse é para montagem dos 'top sides', que têm valor muito maior. 'A conversão está avaliada em cerca de US$ 15 milhões, enquanto a construção da planta de processamento equivale a US$ 200 a US$ 300 milhões do projeto', afirmou Peres. Ele disse que a direção do estaleiro é dividida agora com grupo Jurong, cada um com 50% de participação, e que a empresa Marítima, que tinha opção de compra do estaleiro, saiu do negócio.

Segundo o executivo, os contratos de Barracuda e Caratinga serão a salvação da pátria para a recuperação da indústria brasileira de construção naval. 'Essas obras darão escala para as empresas ganharem competitividade na concorrência de obras futuras das companhias de petróleo privadas que estão operando no Brasil', previu Peres. A empresa Brown & Root já está montando sua equipe no Brasil para gerenciar a obra de Barracuda e Caratinga. A direção do projeto está a cargo do executivo Malcom Dorricott.

Fonte: Gazeta Mercantil
Seção: Metalurgia & Materiais
Publicação: 13/07/2000